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Dicas para falar sobre a VSCCA com crianças e adolescentes
Os profissionais devem conhecer o papel de cada ator dentro do Sistema de Garantia de Direitos (SGD), e transmitir em linguagem adequada a cada faixa etária com o intuito de ensinar as crianças e os adolescentes e a sociedade em geral, sobre os seus direitos e deveres. Esse conhecimento implica em um trabalho baseado na colaboração e no respeito mútuo, de forma a melhorar suas atitudes e capacidades para buscar cuidado e proteção.
Isto é, essas informações devem ser disseminadas a todos - e não somente às crianças e adolescentes - com o objetivo de construir um ambiente aberto à comunicação sobre sexualidade e VSCCA, como a seguir:
Incentive a comunicação
Fale sobre o corpo da criança e do adolescente em relação ao corpo adulto em uma linguagem que ele entenda, adequado à idade que ele tem. Estabeleça os limites do que é, do que pode e do que não pode ser feito, falado e/ou mostrado. Isso não estimula o exercício da sexualidade, mas contribui para que no futuro a vivência da sexualidade seja plena e responsável;
Esclareça que a violência não é somente quando encosta no corpo
Esclareça que a violência não é somente quando encosta no corpo - Fale sobre jogos de sedução, exposição à pornografia e/ou envolvimento em qualquer prática sexual que não envolva toque corpo a corpo, sendo de forma presencial ou via internet. Esse esclarecimento possibilita que as crianças e adolescentes identifiquem os diferentes cenários da violência sexual;
Esclareça qual é a rede de apoio da criança e do adolescente
Isso vai permitir que se sintam à vontade para falar sobre o assunto quando quiserem, seja pela curiosidade ou pela “denúncia”. O objetivo é esclarecer que existem pessoas e organizações que podem ser buscadas em caso de necessidade;
Se a criança ou adolescente contar que está sendo abusado, escute com calma e com cuidado!
Acredite no que está sendo dito, e nunca chame o possível agressor para fazer uma confrontação com a vítima. Aos pais e protetores/cuidadores cabe nesse momento acolher, dar carinho, acreditar e proteger. Afaste a criança e o adolescente do possível agressor e procure ajuda profissional imediatamente.
Se quiser saber mais acesse o Guia escolar: identificação de sinais de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. No Capítulo 6 encontramos formas de notificação e abordagem em situações de violência.
Se uma criança ou adolescente contar a você uma situação de abuso:
NÃO PERGUNTAR
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O que você sentiu?
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Você gostava do que ele(a) te fazia?
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Por que você não procurou ajuda?
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Por quê você não contou antes?
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Por quê você está contando agora?
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Por quê você acha que ele(a) fazia isso?
Quem escuta não precisa saber disso para acolher, atender, encaminhar e proteger. Essas perguntas provocam sofrimento na vítima, podendo aumentar sentimentos de culpa, medo das consequências e trazer para ela a responsabilidade da violência.