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Sinais de alerta para a ocorrência de VSCCA
É importante ressaltar que os indicadores de violência devem ser investigados em conjunto com os profissionais competentes e com a possível vítima sem que haja exposição da identidade. Os indicadores podem não revelar, necessariamente, uma situação de violência sexual. É necessário que a criança ou adolescente tenha espaço para relatar suas questões sem interferência ou sugestionamento, e podem ser reveladas outras questões que não as de violência sexual, que também devem ser acolhidas e encaminhadas. O trabalho deve ser realizado de forma conjunta (com opiniões de terceiros, resguardando o sigilo profissional), analisando o relato individual e o contexto em que a possível vítima está inserida.
A partir da leitura do Guia escolar: identificação de sinais de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, nossa equipe coloca a seguir alguns exemplos. De modo geral, quando dois ou mais fatores listados estão associados e acontecendo com frequência, é demandada atenção.
Sinais corporais ou provas materiais
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Enfermidades psicossomáticas que se traduzem em uma série de problemas de saúde sem aparente causa clínica, como dor de cabeça, erupções na pele, vômitos e outras dificuldades digestivas, que têm, na realidade, fundos psicológicos e emocionais;
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IST’s (Infecções Sexualmente Transmissíveis), incluindo aids, diagnosticadas por intermédio de coceira na área genital, infecções urinárias, cólicas intestinais, odor vaginal, corrimento ou outras secreções vaginais e penianas;
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Dor, inchaço, lesão ou sangramento nas áreas da vagina ou ânus a ponto de causar dificuldade de caminhar ou sentar;
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Baixo controle do esfíncter, constipação ou incontinência fecal;
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Roupas rasgadas ou manchadas de sangue e/ou sêmen;
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Ganho ou perda de peso, visando afetar a atratividade para o autor de violência sexual;
Sinais comportamentais ou provas imateriais
Comportamento/sentimento
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Mudanças comportamentais radicais, súbitas e incompreensíveis, tais como oscilações de humor entre os estados de timidez e extroversão;
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Regressão a comportamentos infantis, tais como choro excessivo sem causa aparente, enurese (emissão involuntária de urina) e hábito de chupar os dedos;
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Vergonha excessiva, inclusive de mudar de roupa na frente de outras pessoas;
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Culpa e autoflagelação;
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Ansiedade generalizada, comportamento tenso, sempre em estado de alerta, e fadiga.
Sexualidade
Representações e desenhos de órgãos genitais com detalhes e características além da capacidade de sua faixa etária. Toque e/ou manipulação constante dos órgãos genitais.
Hábitos, cuidados corporais e higiênicos
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Abandono, ainda que temporário, de comportamento infantil, de laços afetivos, de antigos hábitos lúdicos, de fantasias;
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Mudança de hábito alimentar, perda de apetite (anorexia) ou excesso de alimentação (obesidade);
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Padrão de sono perturbado por pesadelos frequentes, agitação noturna, gritos, suores provocados pelo terror de adormecer e sofrer abuso;
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Hábito não usual de lavar as mãos compulsivamente;
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Tiques motores múltiplos;
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Uso e abuso repentino de substâncias como álcool, drogas lícitas e ilícitas.
Ambiente escolar
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Assiduidade e pontualidade exageradas. Chegam cedo e saem tarde, demonstram pouco interesse em voltar para casa após a aula, ou até apresentam resistência a isso;
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Queda injustificada de frequência à escola;
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O aparecimento de objetos pessoais, brinquedos, dinheiro e outros bens que estão além das possibilidades financeiras da família da criança ou adolescente podem indicar favorecimento e/ou aliciamento.